Um retrato da crise entre Equador e Colômbia...

Um lunático a serviço dos EUA

O consultor da World Check, empresa especializada em informações estratégicas sobre armas, Kenneth Rijock, insiste que o Senado brasileiro "deve investigar" o vôo "secreto" da TAM com armas à Venezuela. Obteve os números confirmando a legalidade da exportação "por dois anos", mas questiona o anonimato do importador e sugere "corte marcial" para quem autorizou o envio "a país à beira de uma guerra". Já não basta o EUA usar a Colômbia para desestabilizar a América do Sul, agora um lunático do FBI espalha a notícia de que o Brasil estaria enviando armas à Venezuela, tentando colocar os países sul-americanos em "pé-de-guerra".

Por que ninguém questiona o massacre do Exército Colombiano e do EUA aos membros das FARC? Por que a imprensa não comenta que o massacre ocorrido é tão crime quanto a violação do território? Afinal, não é justo que culpados tenham direito a um julgamento? Por que não foi dado esse direito aos membros das FARC que foram assassinados?

Uribe é a favor da guerra e contra a paz...

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, em conversa com jornalistas fez revelações assustadoras. Na divulgação da fita da entrevista, autorizada por ele, demonstra a sua personalidade "briguenta" e revanchista e, deixa claro que a sua estratégia no momento é de mais ação militar e menos diplomacia.

Na sua fala promete que invadirá seus vizinhos novamente, caso julque necessário. E ainda se recusa a reconhecer que cometeu uma violação da soberania e do território equatoriano. Mantém as acusações sobre a omissão e o abrigo político dado às FARC pelo Equador e a Venezuela. Não respeita a resolução da OEA e o Direito Internacional. E justifica a sua ação contra a Guerrilha afirmando que é um problema interno do seu país e não dos dois países vizinhos - o Equador e a Venezuela. Fica claro que Uribe quer a guerra e diz não à paz!

O Equador é, sim, vítima. Teve o seu território invadido por refugiados, pelos membros das FARC e, agora pelo governo da Colômbia. O povo equatoriano deve obter reparação do Governo Colombiano pelos danos que a guerra (interna) desse país tem causado nas mais diversas áreas da economia e dos serviços públicos. Não pode ser submetido a acusação de que é cúmplice das FARC.

Na entrevista Uribe faz estremecer a sua relação com a Venezuela ainda mais, com acusações de que a Venezuela financia as FARC e o narcotráfico. O comércio entre entre os dois países é relevante e está bastante prejudicado. Ainda, vale lembrar que mais de um milhão de colombianos vivem em território venezuelano. Uribe deveria é agradecer a Colômbia pela ajuda nas negociações para a libertação de reféns a tanto tempo nas mãos das FARC. E parece que ninguém mais lemba que Uribe é que responde pelas acusações de ter as suas campanhas financiadas pelo narcotráfico e de que seu governo financia grupos paramilitares.

Não pode o presidente Uribe bancar o salvador da pátria e nem transformar a sua guerra contra as FARC no palanque eleitoral de sua reeleição, assustando a opinião pública com o temor do terrorismo guerrilheiro. Quem deve nessa história, ainda desconhecida pela opinião pública internacional, é Uribe e seu governo belicista. Quem deveria ser atacado pelo Equador ou pelos organismos internacionais de segurança era a Sede do Governo Colombiano pelo envolvimento de parlamentares, do presidente e de seu governo com o narcotráfico e com os paramilitares, conforme já apurado pela própria Justiça da Colômbia.

Hoje, ao invés de cumprir a resolução da Organização dos Estados Americanos, o Governo Colombiano assassinou sumariamente mais um líder importante das FARC, Ivan Ríos. Isso provocará mais crises e auma provável retaliação por parte das FARC. O povo comlombiano é quem mais sofrerá com isso.

Faço minhas as palavras do rei Juan Carlos - ditas ao presidente venezuelano Hugo Chávez - em relação ao presidente Álvaro Uribe: Por que no te callas?