quarta-feira, 5 de março de 2008

A crise diplomática na América do Sul


Depois de muitos anos vimos acontecer uma crise diplomática sem precedentes na América do Sul, envolvendo os países da Colômbia, Equador e Venezuela. E cabe aqui reassaltar que a crie tem origem na falta de habilidade e no despreparo político de alguns de nossos dirigentes regionais.

Vejamos algumas questões:

1. A Colômbia feriu um príncipio basilar do Direiro Internacional - que é o princípio da soberania e da inviolabilidade territorial - ao invadir as terras do Equador para atingir o líder nº 2 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia;

2. A atitude da Colômbia atrapalha as negociações de entrega de reféns que vinham sendo negociadas pelo Governo Venezuelano e, que já tinham trazidos resutados surpreendentes, conforme defendido pelo ex-reféns das FARC;

3. O mesmo Governo Equatoriano que reivindica a reparação pela Colômbia à invasão do seu território, é omisso a atuação das FARC em suas terras.

4. As FARC que já foram um movimento justo do povo colombiano pela sua emancipação, hoje ainda continuam com uma visão equivocada de luta política - a guerilha -, não condizente com o atual estágio da sociedade humana, ao mesmo tempo em que seus dirigentes se tornaram o braço direito de narcotraficantes em todo o planeta.

5. O maior responsável pela situação atual é a diplomacia norte-americana, que incitou a Colômbia a matar digirentes das FARC num momento de liberação de reféns, para gerar uma clima de instabilidade na América do Sul e, assim "partir para briga" com o seu grande rival - o presidente venezuelano Hugo Chávez.

6. Hugo Chávez não é grande liderança que será capaz de mediar esses conflitos. Ele também é causador do conflito.

7. O presidente Colombiano, Álvaro Uribe é tão guerilheiro quanto as FARC. Pois está estimulando uma corrida armamentista financiada pelo EUA, que tem como alvo à Venezuela.

8. Chávez também também entrou na "onda" da luta bélica. Assim, também agrada os EUA.

9. Em que pese os métodos de Chávez e Corrêa para "negociar" com as FARC. A tática do ponto de vista político mostrou resultado. E já havia possibilidade das FARC desistirem da luta armada de mais de 40 anos e passasem a disputar o poder dentro das regras do sistema político colombiano, como partido político.

10. O Brasil tem um teste de fogo para provar sua liderança na região. Mas já errou ao tomar lado pelo Equador afirmando que a Colômbia deveria pedir desculpas pela ação militar em território equatoriano. A diplomacia brasileira sabe que só o pedido de desculpas não resolve a questão.

Espero que a crise seja resolvida na base do diálogo e da moderação, dentro dos organismos institucionais competentes. E também acredito que seja uma grande possibilidade do Brasil se firmar como um mediador de conflitos na política internacional. De resto, torço para que os princípios da paz, da auto-determinação dos povos, da democracia e da solidariedade humana sejam respeitados.

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