segunda-feira, 14 de abril de 2008

"Eu acredito é na rapaziada..."

Reitor oficializa renúncia e UnB escolhe novo nome

Quando o bom-senso é a tônica do processo, as coisas acontecem de modo mais equilibrado e sereno. Foi o que aconteceu com o reitor Timothy Mulholland, da Universidade de Brasília (UnB) quando transformou o seu pedido de afastamento por 60 dias em renúncia definitiva do cargo. O reitor decidiu após sentir que a sua permanência no cargo não seria uma boa saída para a crise enfrentada pela instituião depois da descoberta do uso indevido de recursos públicos, destinados ao ensino e a pesquisa, para cobrir despesas pessoais de dirigentes da universidade, inclusive despesas com "mimos" e "caprichos", como por exemplo os artigos de luxo para o apartamento funcional do próprio magnífico.

De acordo com legislação, caberia ao Governo Federal indicar um substituto temporário. Mas, em reunião realizada neste domingo, dia 13 de abril, o ministro da Educação, Fernando Haddad, decidiu que uma comissão formada por professores, alunos e servidores da universidade escolheria um reitor pro-tempore, até que sejam realizadas novas eleições. O ministro Haddad estabeleceu até terça-feira, dia 15 de abril, para que a Comissão chegue a um consenso quanto ao substituto. Havendo consenso, o Governo referendará o nome. Caso não haja entendimento, o Ministério da Educação exercerá sua prerrogativa de escolha, conforme dispõe a lei. Cabe ressaltar que o vice-reitor chegou a assumir o cargo, mas diante da pressão dos estudantes e dos professores também renunciou, uma vez que está intimamente ligado a atual administração.

Pontos para a decisão do ministro. Mas aqui quero prestar a minha homenagem aos alunos da UnB, que não vacilaram e ocuparam a reitoria exigindo mudanças na diretoria da Universidade. É assim que se faz a luta!!!

Também quero dizer que o motivo da saída de Timothy Milholland demonstra claramente em que estão se tornando nossas universidades e, os novos privilégios que seus dirigentes vem instituindo nos últimos anos. O caso da UnB deixa claro como estão se naturalizando tais privilégios em conseqüência da função ocupada por esses dirigentes. Vejam só: É certo um reitor ter um apartamento funcional diferenciado dos demais colegas de profissão? Essa prerrogativa não cabe apenas ao chefes de poderes de Estado e Representação?

Entendam, bem. Não quero aqui menosprezar as funções acadêmicas nem das universidades em relação aos poderes constituídos do país, mas pretendo tocar no ponto de como dirigentes de diversas organizações da sociedade tem instituído benesses para o seus próprio usufruto. Eles têm se tornado verdadeiros magnatas e confundem o público com o particular. Acham-se os donos das instituições que representam.

Timothy foi um dos grandes pensadores das novas concepções do ensino superior no país. Sua contribuição ficará marcada na mentalidade educacional brasileira. Mas o caso da UnB demonstra como as benesses do poder vem se naturalizando até que todo mundo ache isso normal. Não é normal, gente! Por isso é que eu acredito é na rapaziada... E viva a luta dos estudantes!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá! meu querido amigo blogueiro, muito obrigada por favoritar meu blog! Passo todos os dias aqui... parabéns pelo trabalho!
bjs!
canetadeprata.zip.net

Zico disse...

Olá, Kelly! Tudo bem com você? Que bom descobrir que é você a Caneta de Prata. Já até copiei matéria do seu blog. O Caneta de Prata está excelente...