sábado, 23 de fevereiro de 2008

Oposição no Congresso deu um tiro no pé

A manobra da oposição para desestabilizar o governo a partir da instação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), tendo como foco investigar os gastos com cartão corporativo, ao que tudo indica foi um "tiro no pé".


A proposta inicial de criar uma CPI, formada por membros da Câmara e do Senado, revelou-se uma estratégia inadequada e precipitada para seus reais intentos - a desestabilização do Governo Lula, num momento em que o mesmo goza de enorme aprovação do eleitorado brasileiro.

De acordo com o regimento do Congresso Nacional, quem deverá ocupar a presidência e a relatoria da CPI são os partidos que obtiverem o maior número de parlamentares em cada casa. Assim, a presidência e a relatoria ficariam com o PMDB que detém as maiores bancadas na Câmara e no Senado. Foi aí, então, que a oposição "esperneou", querendo uma ou outra função, argumentando que possui o segundo maior bloco do Congresso - formado por PSDB/DEM. Até o presente momento o PMDB havia cedido a vaga para uma das funções ao PT, que tem a segunda maior bancada na Câmara. Mas já indicava entregar a presidência ou a relatoria para o consórcio oposicionista, inclusive contando com o aval do Palácio do Planalto.

Só que agora os oposicionistas pelo visto não vão querer mais é CPI, pois com a extensão das investigações até 1998, ainda no Governo FHC, enxergam que jogaram a "merda no ventilador" -como se diz na gíria. Propuseram investigar o governo, sem ter bases e dados sólidos nas acusações. E com a possibilidade do Supremo Tribunal Federal não autorizar a apuração dos gastos da Presidência da República, o seu principal alvo - o presidente Lula - não poderá ser atingindo pelo seu sensacionalismo e pela sua imprensa panfletária.

Mas, o tiro no pé se concretiza ainda mais com a investida do governo numa operação de "caça às bruxas" que está levantando os gastos do governo tucano-pefelista e, que já tem arrancado munição de sobra para o embate na CPI. Também sabe a oposição que a base do governo vai ser maior dentro da Comissão para deliberar sobre as questões do tipo "quem" e "como investigar". Pois, hoje o governo já consolidou a base, numa situação muito diferente daquela quando houve a CPI do Mensalão. Outra questão é que com o governo municiado, os medalhões da oposição não querem assumir posição na CPI com medo de serem atingidos com os contra-ataques governistas, uma vez que eram quem ocupavam as principais funções no Governo Tucano.

Agora a oposição ameaça recusar assumir a presidência ou a relatoria da CPI, numa tentativa de caracterizá-la como "chapa branca" para a opinião pública.

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