segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Lula e Sarkozy fecharão acordos de cooperação na Guiana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra, nesta terça-feira, na Guiana Francesa, fronteira com o Brasil, com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para discutir a cooperação na área de defesa, a libertação de reféns em poder da guerrilha colombiana (FARC), negociações da Rodada de Doha, construção de uma ponte binacional sobre o Rio Oiapoque, implantação do Instituto Franco-Brasileiro da Biodiversidade e outros temas fronteiriços.

O presidente Lula chegou a Macapá acompanhado dos ministros da Defesa, Nelson Jobim, do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ele passou a noite em Macapá e saiu ainda há pouco com destino ao Município de Oiapoque, que na fica fronteira com a Guiana Francesa. O presidente atravessará de barco o rio Oiapoque, e será recebido por Sarkozy, em São Jorge, já que o presidente francês não pisará em solo brasileiro.

Haverá a discussão de temas fronteiriços, como o início da construção da ponte sobre o rio Oiapoque que perdura desde 1998 e, que ligará os dois países. Mas também as conversas políticas devem abranger outros temas, como a participação dos dois países nas negociações da Rodada Doha de liberalização do comércio.

Na área de defesa, o submarino nuclear que o Brasil pretende construir - e que pode ter tecnologia francesa - também será um dos temas da conversa, mas o governo não espera fazer qualquer anúncio formal sobre o assunto nesta visita. Lula também deverá agradecer o apoio público dado por Sarkozy a proposta brasileira de reestruturar o Conselho de Segurança da ONU e de ocupar um assento permanente.
Sobre as FARC será discutida a colaboração do Brasil na negociação para a libertação dos reféns em seu poder, mas nenhuma estratégia será definida já neste encontro. Afinal, o governo brasileiro já tinha afirmado que só irá participar das negociações com o aval do presidente colombiano Álvaro Uribe.

Mesmo com a localização na América do Sul, a Guiana Francesa, que é um território da França, tem garantido todos benefícios das leis francesas aos seus moradores, elevando seu padrão de vida- por exemplo o salário mínimo francês é de 1,1 mil euros por mês - ocasionando uma forte atração de imigrantes brasileiros. A Polícia Federal estima que sejam entre 20 mil e 40 mil brasileiros, vivendo clandestinamente num país de 200 mil habitantes. Um acordo entre os dois governos permite a expulsão para o lado brasileiro de estrangeiros encontrados ilegalmente no país. O Itamaraty informa que foi criada uma comissão binacional para discutir o assunto, e que esta se reunirá em maio, na França.

Creio que seja salutar discutir a imigração entre os dois países, uma vez que os brasileiros que atravessam para o lado francês, em busca de "melhores condições de vida", têm sido enxovalhados pelo Governo Francês. E, digo com toda certeza, que os franceses quando vêm ao Amapá tem sido muito bem recepcionados.

Por sua vez, é interessante a agenda em torno da criação de uma unidade binacional avançada em pesquisa. Mas recomendaria prudência do governo brasileiro numa proposição dessas. Nossa bioversidade é rica e o conhecimento que se produzirá ao pesquisá-la também. Não entreguemos o ouro ao bandido!

Que haja a boa diplomacia, mas que se defenda a soberania do país!
Foto: Uol Notícias

Um comentário:

Anônimo disse...

Será que desta vez sai do papel??
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